2.4.25

Devoção Mariana: Olhar Maria e Enxergar Jesus

Antes de crítica, tem-se neste artigo um breve alerta: há quem tenha pelo manto de Nossa Senhora mais desculpas para suas inanições espirituais do que fé, propriamente, mantendo Theotókos sob aspecto utilitário, ao invés do que ela de fato é, que é devoção integral à Cristo, Jesus, Nosso Senhor.
Eugène Pluchart. Jovem em Adoração à Mãe de Deus.
1. Em Maria Corredentora: Leia Até o Fim! e Corredenção: Maria e a Cátedra Petrina, observou-se que ela, Nossa Senhora, jamais quis para si algo que pertence somente a Jesus Cristo, seu filho, que não é outra coisa além do poder de salvar as almas, motivo pelo qual não pode ser corredentora — e a explicação é muito básica.

2. Redenção é salvação, mais precisamente o resgate dos homens por Jesus Cristo — esta é a definição mais objetiva possível. Nosso Senhor é a medida de quitação da dívida (pecado original) perante os desígnios de Deus, que é Ele mesmo enquanto Verbo, inexistindo outro além d’Ele para isso.

3. No versículo vinte e sete do capítulo onze do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas, consta: “Aconteceu que, enquanto Ele dizia estas palavras, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse-Lhe: ‘Bem-aventurado o ventre que Te trouxe e os peitos a que foste amamentado’.” — o que é intrigante é o que vem depois disto.

4. Na sequência, “Porém, Ele disse: ‘Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática’.” (Lc 11, 27). Que Theotókos é a bem-aventurada, ninguém pode esquecer, porém, por uma devoção à Virgem Maria sem ter por Jesus Cristo o caminho, a verdade e a vida, confunde-a com o fim à latria devida apenas a Deus.

5. Ou seja, ela não foi bem-aventurada por ter gestado e amamentado o Filho de Deus, mas, antes, por ter sido sim cumpridora do dever divino. Foi, então, escolhida para isso por ser bem-aventurada; não bem-aventurada por ter sido ela escolhida — e a ordem altera substancialmente a compreensão deste acontecimento.

6. Se quem pede intercessão à Nossa Senhora não observa a vontade de Jesus Cristo, como pode ele dizer que faz isso cristocentricamente? “Mãezinha, proteja-me, pois atacam-me pelo fato de querer a morte desse papa comunista ou de um padre socialista.” — e o que era para ser uma oração, ao certo se torna em invocação satânica.

7. Claro que tal oração é a caricatura para resumir desejos que são notados com imensa tristeza em certos “devotos marianos”, que por Nossa Senhora pedem consolações, mas sem mortificarem com Jesus Cristo naquilo que Ele mesmo explica: “mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, irá recobrá-la.” (Mt 16, 25).

8. Embora Nossa Senhora seja exemplo à Igreja Católica e a própria personificação d’Ela, pois como Corpo Místico, segue sua cabeça, Jesus Cristo, assim como todos os católicos devotados devem seguir enquanto membros, não é ela o caminho, a verdade e a vida. É o exemplo máximo de devoção, motivo pelo qual deve ser sim imitada e venerada.

9. Porém, que uma alta veneração (hiperdulia) a Nossa Senhora nunca possa ser trocada pela adoração (latria) a Deus na Santíssima Trindade: Deus Pai; Deus Filho; Deus Espírito Santo. Um verdadeiro “mariano” observa a Virgem Maria e enxerga a Jesus Cristo, pelo qual toda devoção deve persistir à bem-aventurança que Ele mesmo ensinou.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Devoção Mariana: Olhar Maria e Enxergar Jesus. Enquirídio. Maceió, 02 mar. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/03/de-genio-a-eugenista-ci-07.html.

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